Encontrei alguns poemas perdidos de uma época em que eu
participava de coletâneas e concursos literários. Hoje eles parecem muito distantes da maneira
como venho trabalhando a poesia. Vou postar aqui apenas como registro de outra
época. Estes poemas têm mais de 12 anos. São poemas fruto do subconsciente e de
boas garrafas de vinho barato. heheh
Destino
As aranhas da minha casa
são minhas amigas
elas tecem sua teia
enquanto teço a minha.
O cavalo
Das crinas brancas
deslizam tulipas vermelhas
do açoite que levou nos olhos
corcel vago
corre toda a areia branca
e deixa teu rastro de jasmim
que os mastins estão a seguir lhe
a cada salto que teus pulmões lhe saltam
corre em pêlos as tulipas de um Fausto
corre em pêlos a poesia trágica
de um sátiro a tocar suas ancas
de um plágio a gozar um mantra
e um cão a comer
carne insana.
Do açoite que levou nos olhos
corre toda a praia branca
joga teu destino na roleta de um espinho
salva-te na bandeira de um hino
e proclama teu instinto
livra-te da cela e de toda indumentária séria
corre toda a areia branca
e deixa seu rastro de jasmim
pois esta é a única sombra que não tem fim...
1º Lugar no IX concurso de contos, crônicas e
poesia, promovido pela Biblioteca Municipal “Antônio Branco” Santana da
Parnaíba – SP.
Minha mãe
Minha mãe me perdoe
sou torto
no compasso da vida – não enquadro
sou loco
tenho à vista do alvoroço
que há tudo se espanta e inflama
sou pirá
tenho a sorte do errante
um perdido constante
sou passos
e não sou cadente
apenas um espasmo
ritmado ao meio
perdido por inteiro
vou de encontro ao fogo
e saiu queimado e não alado
um cão que morde o calo
no calor dos pólos – rompi meus poros
e fiz da vida lama cicatriz
nem às cinzas serão minhas
tenho à vida – loca pirá circular
que o tempo não há – de apagar...
1º Lugar no VIII concurso de contos, crônicas e
poesia, promovido pela Biblioteca Municipal “Antônio Branco” Santana da
Parnaíba – SP.
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