Um exercício para provocar a mente antes de começar a
escrever. Gosto de pegar todas as sensações que o dia me provocou e jogar no
papel, sem pensar a respeito do que estou escrevendo. E depois que eu fico
cansado e exausto, então sim começo a escrever da maneira que quero. Este poema
que escrevi foi à sensação que senti quando vi uma senhora bem idosa esmolando
na rua. Fiquei pensando nela, fiquei pensando na sociedade, fiquei pensando no
tempo, nos caminhos. E joguei tudo no papel. Cada vez que começo a brincar com
o computador. Vou fazendo assim, uns vinte quase poemas. E depois que me sinto
aliviado. Escrevo algo. Este é um desses quase poemas....outra brincadeira que
gosto de fazer é jogar com as palavras de forma abrupta e truncada. Gosto do
som e da imagem que remetem. Meu jogo não é construir o poema e prende-lo no
papel, é construir uma imagem com palavras que possam iludir e propiciar a
construção do poema. Para mim o poema se constrói de forma individual e
independente. No papel podemos apenas imprimir leves nuances de possíveis
pegadas que levam a um possível caminho. O resto é interpretação individual.
Não gosto de quando se tenta massificar as experiências do individuo em prol do
coletivo. Mesmo fazendo parte de um grupo seremos sempre indivíduos, com
necessidades e características muito peculiares. ...agora este individuou vai
servir mais uma dose de uísque e continuar sua viagem solitária. hehehe
Quando tudo o mais for divino
lembremos da vida e morte de um menino.
Quanto mais à vida não nós cobra
é maior nossa divida na obra.
Sim, já escrevi antes. Mas é verdade também
que bem antes, não tive olhos.
Não me agrada este poema
Que mente a idade que não retarda
Que traz nas palavras uma luz
E sombras escondidas em intenções.
Quando tudo o mais for divino
nem no paraíso se cantara hinos
as bandeiras cobriram a lama
e a estrada será sem volta e calma.
Mas realmente e realmente se faz lúcido
quando tudo o mais for divino
as palavras se apagaram do papel timbrado
nem mesmo saberemos o que é papel ou timbre
vai existir apenas um enigma
escondido entre rugas e cabelos brancos.
A idade é apenas uma carapaça dura e às vezes indulgente
e em algumas, raras vezes
e docemente
se cala.
Para terminar a brincadeira, também tem que se fazer um
jogo com o tempo na mesma frase, misturar (passado/presente/futuro) e colocar
palavras que soem de forma estranha. Eu começo a imaginar uma cena a partir do
som das palavras e não do significado das palavras. Não sou adepto de rimas
fáceis ou difíceis, às vezes uso como molas para dar outro sentido. E em
seguida quebro o fluxo que elas causam. Apesar de ser toda uma experiência
individual, não é a experiência do individuo, mas a experiência do personagem
que o individuo cria para compor aquela experiência. Já que eu tenho apenas uma
vida para gastar prefiro ser muitos. Heheh, boa noite amigos!
Comentários
Postar um comentário