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DICA DO DIA

TUDO ISSO É COCAÍNA OU APENAS FUTEBOL


TUDO ISSO É COCAÍNA OU APENAS FUTEBOL


Tâmara convidou Jeux para um show de rock-and-roll, o problema é que o lugar era longe e ele não tinha como voltar para a Cidade Baixa. Depois de certo horário não tinha mais ônibus. Acertaram tudo pelo telefone sem nunca se verem pessoalmente.
- Tudo certo então? Ela disse.
- Claro querida, sexta-feira nos vemos. Ele respondeu.
Como todas as histórias cheias de inverossimilhança.... essa era apenas mais uma com um final feliz. É assim que se diz ou deseja. Todavia as escolhas levam nossos personagens a caminhos, como direi um tanto, iluminados.
Na rodoviária ela o esperava, enquanto no ônibus ele ia pensando nas possibilidades e checando sua carteira, algumas camisinhas por precaução. Treinando algumas falas em sua mente. Um certo nervosismo natural ia o atormentando.
O que mais posso escrever? Sim.
Ele desceu do ônibus quando chegou e ela estava na frente da porta atrapalhando o desembarque. Na verdade, ela estava mais ao lado e não atrapalhou.
- Oi, como foi a viagem? Ela perguntou.
- Tranquila. Ele disse.
E foram pegar seu carro que estava do outro lado da rua. Dois pombinhos estranhos com planos parecidos. Até a casa de tâmara a conversa fluiu, é sempre mais fácil para estranhos terem novas histórias velhas.
- Só preciso fechar as janelas e depois podemos ir ao bar, você quer entrar?
- Vou ficar aqui fora e fumar um cigarro.
- Não me importo se quiser fumar lá dentro.
- Aqui está bem, e estou cansado de ficar confinado.
- Eu já volto.
- Ok.
Jeux ficou pensando em que horas eles iriam para a cama, enquanto acendia o cigarro e dava uma olhada nas casas da rua. Nosso anti-herói não é supersticioso, mas vê um gato preto atravessando a rua. Lentamente o bichano vai se aproximando e fica lhe olhando.
Depois de dois cigarros entram novamente no carro e partem para o bar.
Não vamos perder tempo com amenidades, os dois ficaram interessados, um pelo o outro. A cerveja estava gelada, a música agradável e a conversa fluindo. Três horas depois voltaram para a casa. Agora que a porta da casa foi fechada podemos começar a história.
- Quer beber mais alguma coisa? Ela perguntou mostrando onde estava a garrafa de vodca.
- Uma dose pode ser boa ideia. Ele disse e se serviu.
- Sinta-se à vontade, - ela disse – vou colocar algo mais confortável e já volto.
Tamara voltou com tudo mine, uma mine-blusa e um mini short, mostrando sua pele morena e sua barriga. Um umbigo lindo que Jeux não conseguiu tirar os olhos, curvas perfeitas de quem pratica esporte na medida nada muito exagerado, nada muito tipo propaganda de academia. No ponto que ele adorava.
- Você pode dormir no quarto do meu filho ele está com o pai, - ela disse – você gosta de Pink Floyd?
- Qualquer lugar está bom, sim curto muito principalmente “The Wall”.
- Eu tenho o DVD, quer ver?
- Sim, claro.
- Vou colocar no meu quarto e podemos assistir.
Ela preparou o DVD enquanto ele encheu mais algumas doses no copo e se deitou em sua cama. Depois Tâmara foi ao banheiro, a primeira vez daquela noite.
Pense em alguém sempre deslocado e gentil, assim é o Jeux com toda sua doideira. Praticamente um inocente no matadouro. Sem saber por onde começar, ficou ali bebendo sua bebida enquanto ela deitava ao seu lado.
Devo lhe beijar ou esperar um sinal de algum lugar, ele ficou pensando. Até conseguir juntar coragem para começar a alisar seus cabelos, e cheirar aquele cabelo longo e negro.
A mulher queria e estava entregue, mas ele ainda sem saber ao certo até aonde poderia ir. Enquanto isso a conversa fluía e o DVD ia passando, e ela ia ao banheiro.
Na terceira vez que ela voltou do banheiro ele a beijou. Antes de terminar a terceira musica os dois já estavam pelados e se alisando. Aquilo estava muito bom para uma noite de sexta-feira.
- Você tem camisinha? Ela disse.
Ele pegou a carteira do bolso da calça e abriu, mostrando que tinha três camisinhas. As colocou no criado mudo e voltaram a se alisar e se tocar. Ela o começou a chupar e a falar de sua paixão por futebol. Aquilo estava lhe desconcertando, pediu licença e foi até a sala encher o copo de novo. Deu uma olhada na garrafa e percebeu que estava chegando no fim.
Ele tentou colocar a primeira, mas não deu certo, ela estava muito focada em chupar e falar de futebol e ir ao banheiro. Nem perceberam quando o vídeo terminou e que já estavam a mais de quatro horas tentando alguma coisa ali. Ele chegou na rodoviária as 19:00 horas, saíram do bar as 23:00 horas e agora já passava das 03:00 horas. A cada 10 ou 15 minutos ela ia ao banheiro, de onde vinha tanta vontade de mijar – ele pensava.
- Quer comer alguma coisa? Ela perguntou de forma gentil.
- Não estou com fome. Ele disse.
As 7:00 horas, ele percebeu pelas frestas da persiana que já era dia. Resolveram tomar um banho. Ela foi primeira e depois saiu e foi até a cozinha passar um café. Jeux entrou no banheiro e remexeu tudo procurando algum pó. Mas o banheiro estava limpo. Tomaram o café e voltaram para a cama.
Com muita dificuldade conseguiu colocar a segunda camisinha, mas a conversa sobre futebol o desfocava da ideia principal, além do desconforto de estar usando algo tão apertado. As camisinhas deveriam vir com numeração igual a roupa, aquela deveria ser uma “P” ou um numero infinitamente menor.
- Você percebeu que já são 10:00? Ela perguntou.
- Não tinha percebido, mas vamos continuar, - ele disse – a conversa está tão boa que nos perdemos com as horas.
Tentou meter mais duas vezes, mas a camisinha e a conversa faziam com que não funcionasse. Até que Tâmara, virou o rosto para o lado tentando ver o que estava acontecendo. A expressão que fez ao olhar, mostrava que também não estava gostando. Se apoiou com uma das mãos na cabeceira da cama e com a outra arrancou a camisinha do pau do Jeux.
- Mete! Ela gritou.
Meteu de forma desesperada, mas clímax já não existia. E não parecia ser uma boa ideia ficar metendo numa mulher desconhecida sem usar nenhum preservativo. Além de sua mente estar curiosa em saber o que ela estava fazendo no banheiro, mais as novidades do campeonato de futebol, agora ele estava pensando em AIDS. E se ela estivesse contaminada, ou se ele estivesse.
As 15:00 horas ela foi até a cozinha e fez dois sanduiches e levou para o quarto.
- Já estamos nessa cama a quase 24 horas. Ele disse.
- Eu nem tinha percebido, - ela disse – você tem problemas para se concentrar?
- Não sei, talvez hoje não fosse um bom dia para transarmos.
- Por que? Você não gostou de mim? Qual o problema?
- Muita informação, já não sei o que estamos fazendo aqui.
- Quer que eu fique calada?
- Não é isso.
- Então o que é?
- Não sei. A que horas tem ônibus para Porto Alegre?
- O último é as 20horas. Quer ir embora agora?
- Vou no último.

Jeux já estava sabendo toda a história do time do coração dela e a respeito dos três casamentos fracassados e dos problemas de seu filho. E de como era legal o seu ultimo marido, que ficava com o filho nos finais de semana para ela poder sair com as amigas. O problema é que ela não tinha amigas, então ficava quase sempre em casa ou ia na casa de seus pais.
- Você usa cocaína?
- Nunca usei, - ela disse – que pergunta estranha essa sua.
- Apenas pensei, já que você parece estar ligada e não para de ir ao banheiro. Pensei que estivesse cheirando.
- Uma pessoa não pode ir ao banheiro?
- Pode, mas a cada 10 ou 15 minutos, é estranho.
Tâmara continuo lhe masturbando e as 19:00 horas ele conseguiu gozar na mão da mulher. Ela limpou a mão no lençol, ele se limpou no lençol. Deram um longo beijo, e pela primeira vez ele pode contemplar o silêncio. E como era maravilhoso, estar ali calado e sem escutar nada. Continuo beijando-a apenas para continuar no mais profundo silêncio.
Tocou o despertador do relógio as 19:20 horas.
- Quer tomar um banho antes de ir? Ela disse.
- Não querida, vou só me vestir e ir. Ele disse.
- Gostei de te conhecer. Se quiser vir no outro final de semana, podemos combinar.
- Claro, eu aviso, – ele disse – estou curioso, o que você procura?
- Um pai para o meu filho.
- Um pai!
Jeux se apressou para se vestir e não perder o ultimo ônibus. Enquanto Tâmara tirava o carro da garagem, ele ficou se olhando no espelho do banheiro.
20:05 horas o ônibus partiu em direção a capital, na carteira ainda restava uma camisinha. Em sua mente, apenas a ultima frase que a mulher disse enquanto ele vestia as cuecas. E o que poderia ter dado mais errado? Futebol, cocaína ou a proposta de ser o pai do filho de outro sujeito.
                                                      Röhrig C.

Do livro “Um escritor na Cidade Baixa” 2019.









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