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DICA DO DIA

A MELHOR SURRA DA MINHA VIDA


A MELHOR SURRA DA MINHA VIDA


Combinamos de nos encontrar no mesmo bar de sempre para trocarmos algumas histórias. Ela tinha me prometido uma boa história, e como sou viciado nessas coisas, fiquei logo pensando, até aonde podíamos ir.
Cheguei adiantado e pedi um chope Black IPA de 500ml, é o único que ultimamente tenho conseguido beber, as outras cervejas e chopes artesanais não tem decido legal. Fiquei ali olhando o movimento e bebendo pequenos goles. O pessoal do bar sempre muito educado, e de forma educada me deixaram ficar esperando um bom tempo até chegar ao segundo copo de chope.
Já tinha tomado muita vodca antes de sair de casa. E estava disposto a tentar ficar com ela aquela noite. Pensei – ela é simpática e parece ser uma mulher legal. Quem sabe pode acontecer alguma coisa a mais. Apesar de achar que ela fazia aquele tipo boa moça. E sempre tive problemas com boas moças, e tudo aquilo que vem grátis no mesmo pacote. Acordo as 11h e vou dormir as 7h o resto é uma longa história e algumas garrafas de vodca.
O pessoal das mesas a volta estava mandando nos celulares, era um flash atrás do outros, fotos e mais fotos, e quem não estava tirando fotos estava conversando através de alguma rede social, tempos modernos de merda. Estragando a luminosidade baixa do bar. Deveria ter uma lei que proibisse usar celular em bar. Continuei esperando e observando. Começando a ficar entediado com o movimento.
A única relação mais interpessoal que estava acontecendo era na mesa do lado aonde dois garotos estavam se beijando, um tinha um estilo Skinhead e o outro bom garoto classe média. O resto estava mais voltado para os celulares. Estou ficando velho para essas coisas virtuais, ainda gosto de um bom relacionamento tradicional. Como da vez que sai com dois amigos e começamos a secar uma garrafa de uísque e de repente estávamos trocando uns bons socos sem saber porque e depois voltamos a beber na mesma garrafa e tudo estava certo. Aquela noite chovia muito e voltei a pé para casa.
Já estava na metade do segundo chope quando ela chegou. Acenei para ela me ver. Ela sorriu e veio na minha direção, abrindo caminho entre aquelas mesas praticamente coladas. Era tanto flash nas mesas a volta que até pensei que deveria ser algum prêmio de cinema, ela parecia que não era uma atriz de nenhum filme que já tinha visto, mas não importa. Ela conseguiu sobreviver e chegar até a mesa. Com aqueles dois olhinhos chapados.
Ficamos ali sentados bebendo, ela pediu água e eu continuei no chope. Isso parecia ser algo frustrante, uma mulher que pede água, meus planos de lhe dar um trago para se soltar, tinha ido embora como água. Literalmente água. Mas ainda tinha esperanças naqueles olhos.
Ficamos uma hora conversando e dando boas risadas e analisando o que estava acontecendo na volta. Nos aprofundamos em assuntos temáticos.
- Você acha mesmo que uma mulher saindo com outra não é traição? Ela disse.
- É que vocês têm pinto pequenos, não vejo isso como uma traição. O clitóris é aquela coisinha pequena. Pode ser apenas uma posição machista da minha parte.
- Então você acha traição apenas se a mulher sai com outro cara?
- Depende se o cara tiver o pinto maior do que o meu sim.
Começamos a rir das minhas teorias malucas. Lhe contei a história que uma amiga tinha me contado, a respeito de um casal que o homem gostava de saber como eram os amantes da mulher. Ele sempre a levava nos motéis para os encontros e se o amante fosse menor do que ele, estava tudo em ordem. Mas deixei claro que se ela quisesse sair com outra mulher não teria problema, apenas ia ficar chateado se ela saísse com outro sujeito. Esse lance de pegar uma mulher recém gozada por outro, não me parece ser uma boa ideia. Fica aquela meleca escorrendo por três longos dias. E isso parece ser muita putaria, preciso manter as aparências. Arrisquei um beijo e deu tudo certo, começamos a fazer as coisas como nos velhos tempos. Para o pavor da turma virtual. Que tiveram que nos aguentar nos agarrando ali, feito um casalzinho de adolescentes em plenos anos 80. Com a vantagem de estar em 2019.
- Você mora aqui perto? Ela disse.
- Sim, mas tem um problema.
- E qual?
- É que moro em um quarto alugado e a dona da casa não permite visitas. Mas podemos ir para um motel ou para a sua casa.
- Então vamos para minha casa.
- Vamos pagar a conta?
- Vamos.
- Você tem cerveja em casa?
- Não.
- Vamos comprar algumas no caminho.
- Pode ser.


Entramos no apartamento e tomamos uma cerveja, um lugar legal, amplo e convidativo. Ficamos na sala nos beijando e ela sugeriu irmos para o quarto. Bem-vindo ao século das mulheres independentes. Pensei.
Ela dominou toda a cena, pela primeira vez consegui encontrar uma mulher que fazia o que tinha vontade de fazer, e não só aquele lance de ser submissa ao parceiro. E nem só querer dar prazer, mas ela estava com vontade de sentir prazer e isso é raro.
Ela tinha uma maneira de subir e descer lentamente, e fazer pequenos movimentos circulares, aquilo realmente ia me deixando louco. Nunca tinha experimentando nada assim. Ela dançava no meu pau com tamanha leveza e sincronia que me deixou apaixonado. Fiquei apenas parado tentado aguentar ao máximo, enquanto ela ia subindo e descendo.
- Adoro quando as mulheres se agacham e fazem essa posição de fazer xixi no mato. Eu disse.
- Você gosta? Ela disse.
- Adoro.
- Então apenas relaxe e fique quietinho.
Eu fiquei bem quietinho, para não atrapalhar sua performance. Coloquei as minhas mãos atrás da cabeça e fiquei apenas apreciando aquela obra de arte. Muitas mulheres sabem fazer de uma forma ótima, mas ela era simplesmente perfeita. Acho que isso é mais perto de onde um sujeito pode conseguir chegar do céu. Quando encontra uma mulher que sabe fazer as coisas. Ela me fez esquecer da história que tinha contado, preciso voltar mais vezes lá, sei que ali tem uma boa história. Só preciso aprender a relaxar e deixar ela fazer as coisas que ela sabe fazer.

                                                                                                                           Röhrig C.
Do livro: Cidade Baixa e suas Mulheres Altas “Um escritor na Cidade Baixa”


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