EU, ELA E O GATO DELA Daiane já estava me segurando a umas cinco horas em seu apartamento. A situação estava ficando tensa, tentava me esquivar e cair fora. E ela vinha com mais um assunto para conversarmos. Mas todos os assuntos acabavam no mesmo mote, minhas amigas e seus defeitos. Se quiser deixar uma mulher feliz, fale dos defeitos das outras. Por sorte toda a humanidade veio cheia de defeitos para este mundo. Assunto era o que não faltava. - Porque não sossega um pouco, - ela disse – e fica apenas com uma. - É o que tento, mas elas estão sempre me jogando para a próxima. Como se eu fosse um brinquedo velho. Eu disse. - Você sabe que isso não é verdade, e aquela que você tinha saído semana passada? - Quem? Perguntei. - Viu, você não consegue nem se lembrar. Vocês não querem nada com nada. É muita promiscuidade! - Não é verdade, estou me esforçando. - Então? - Então o que? - Não se faça de engraçadinho, e a mulher da semana passada? Olhei o relógio e o tempo estava se esgotando. A Carol ia querer meu fígado quando chegasse na casa dela. Seria o segundo atraso em menos de três dias. Levantei do sofá e fui até a cozinha pegar o cinzeiro. - Preciso ir. Eu disse. - Mas porquê? Voltei para a sala com o cinzeiro. E acendi um cigarro. - Fiquei de ir jantar na casa de uma amiga. Respondi. - Quem é essa? - É uma amiga que voltou de viagem, ficamos de jantar juntos. E já estou meio atrasado. - Agora você vai ter que me contar, quem é? - Estou atrasado, tenho que ir mesmo. - Só me explica essa história e você pode ir depois. Fui contando toda a história e cuidando o relógio, alternando entre frases e espiadas nas horas. Estava bem encrencado. Quando terminei. Ela pediu uma massagem. Consenti, mas com uma única condição. Que ela ficasse peladinha deitada na cama. Daiane deitou na cama, de bruços e de calcinha e sutiã, comecei alisar o seu corpo até que ela pediu para parar um pouco. - Já que está fazendo, - ela disse – vamos fazer da maneira certa. Pega um creme que tem no banheiro. Levantei e fui até o banheiro. - E aonde está? Perguntei. - Desculpe, acho que está na sala. Da uma olhada no sofá. Peguei o creme e voltei para o quarto, soltei seu sutiã, e voltei a massagear seu corpo. Espalhando o creme por todo o corpo e deslizando minhas mãos para dentro de sua calcinha. Enquanto ela ia relaxando, eu ia ficando cada vez mais excitado. - E porque não fica com essa então? Ela disse. - É o que estou tentando fazer. Respondi. Também já tinha tirado a roupa e estava apenas de cueca, sentado em cima da sua bunda lhe massageando os ombros. Se eu contasse para alguém, com certeza não iria acreditar. Essa é a diferença entre nós e os outros animais. Somos muito racionais, para não dizer algo pior. Meus extintos estavam sendo testados, e o ponteiro do relógio não parava. Se ela dissesse apenas uma palavra eu mandava o outro encontro para os quintos dos infernos. Mas a amizade estava ali em primeiro lugar. Mas não estava em meus pensamentos. Apesar de tudo que ela já tinha me dito, continuava achando-a muito sensual. Já estava meia hora atrasado para o encontro. Parei de massageá-la. - Acho que já vou indo. Eu disse e fui no banheiro lavar as mãos. - Porque não fica e tomamos um vinho? Ela perguntou. - É que já combinei com essa amiga. Mas amanhã eu volto. - Então, boa diversão. E não esquece da camisinha. Tirei uma do bolso e mostrei para ela. - Eu sei. Eu disse. - Mas só levar ela no bolso não adianta. Tem que usar. Ela disse. - Eu sei. - Sei. Ela disse e começou a rir. Quando cheguei na casa da Carol, ela estava com uma cara de pouca amiga. Eu sabia que tinha errado, mas estava de consciência limpa. Não tinha traído ela e nem nada dessas besteiras, apenas estava visitando outra amiga. Mas a comida já estava fria e ela foi jogando tudo na lixeira. Depois ficamos sentados no sofá tomando uma garrafa de vinho e fui explicando que tinha sido um dia difícil. E que estava ajudando uma amiga. - Você não é muito pontual! Ela disse. Comecei a beija-la e a acariciar seu corpo. Enquanto isso o pestinha ficava no outro sofá apenas me olhando. Ele não demonstrava muita felicidade vendo eu alisar a sua dona. O vinho foi fazendo seu trabalho e as coisas foram se acalmando. Fiquei pensando em minha amiga e como ela consegue sempre me colocar nessas frias. Depois da segunda garrafa de vinho a convidei para ir para a cama. Deitamos e começamos a brincar. E o pestinha sempre dando um jeito de pular na cama e aquilo ia me deixando sem foco. Ela o pegava e colocava de novo no chão. E ficava gritando com ele, o ameaçando que ia deixá-lo do lado de fora do quarto. Maldito voyeur, pensei. Podíamos estar fazendo apenas uma festinha, eu pegando sua dona e ele pegando a gata velha do apartamento. Mas ao invés disso o cretino só queria deixar a gata louca. E ele ficava sempre dando botes nela, como se fosse uma serpente de quatro patas. Mulheres e seus gatos, e Porto Alegre está infestada dessas pestes. Digo a respeito dos gatos. - Ele é jovem por isso faz essas coisas, já não sei mais o que fazer com ele. Ela disse. Lembrei que no Rio de Janeiro, eles os assavam feito coelhos. Mas foi só uma ideia que passou pela minha cabeça. Continuamos a brincadeira, Carol a cada vez que gozava parecia ter um ataque epilético, as vezes parecia que ela ia me apertar tanto que eu acabaria castrado. Nos intervalos precisava tapar meus pés com o lençol. O capetinha pulava sempre na cama e tentava dar uns tapas ou mordidas no meu pé. E ela o tirava da cama e o ameaçava. Quando ela foi no banheiro fazer xixi, tive uma conversa séria com o felino. E disse: - Você ainda não me conhece, mas tenho conexões no Rio de Janeiro. Poderia ter resolvido alguma coisa, mas não resolveu nada. O melhor foi passar o resto da noite tentando tapar meus pés. E de manhã quando acordei ele estava deitado no nosso meio, bem aninhado e meigo, uma criaturinha divina. Parecendo ao menos que alguém tinha tido um boa noite. A minha foi de um cão, pensando sempre nos meus dedos dos pês. Mas não posso reclamar daqueles ataques epiléticos, cada mulher tem um lance diferente. E é isso que me faz continuar. Röhrig C. Do livro: Cidade Baixa e suas Mulheres Altas “Um escritor na Cidade Baixa”
EU,
ELA E O GATO DELA
Daiane já estava me segurando
a umas cinco horas em seu apartamento. A situação estava ficando tensa, tentava
me esquivar e cair fora. E ela vinha com mais um assunto para conversarmos. Mas
todos os assuntos acabavam no mesmo mote, minhas amigas e seus defeitos. Se quiser
deixar uma mulher feliz, fale dos defeitos das outras. Por sorte toda a
humanidade veio cheia de defeitos para este mundo. Assunto era o que não
faltava.
- Porque não sossega um pouco,
- ela disse – e fica apenas com uma.
- É o que tento, mas elas
estão sempre me jogando para a próxima. Como se eu fosse um brinquedo velho. Eu
disse.
- Você sabe que isso não é
verdade, e aquela que você tinha saído semana passada?
- Quem? Perguntei.
- Viu, você não consegue nem
se lembrar. Vocês não querem nada com nada. É muita promiscuidade!
- Não é verdade, estou me
esforçando.
- Então?
- Então o que?
- Não se faça de engraçadinho,
e a mulher da semana passada?
Olhei o relógio e o tempo
estava se esgotando. A Carol ia querer meu fígado quando chegasse na casa dela.
Seria o segundo atraso em menos de três dias. Levantei do sofá e fui até a
cozinha pegar o cinzeiro.
- Preciso ir. Eu disse.
- Mas porquê?
Voltei para a sala com o
cinzeiro. E acendi um cigarro.
- Fiquei de ir jantar na casa
de uma amiga. Respondi.
- Quem é essa?
- É uma amiga que voltou de
viagem, ficamos de jantar juntos. E já estou meio atrasado.
- Agora você vai ter que me
contar, quem é?
- Estou atrasado, tenho que ir
mesmo.
- Só me explica essa história
e você pode ir depois.
Fui contando toda a história e
cuidando o relógio, alternando entre frases e espiadas nas horas. Estava bem
encrencado. Quando terminei. Ela pediu uma massagem. Consenti, mas com uma única
condição. Que ela ficasse peladinha deitada na cama.
Daiane deitou na cama, de bruços
e de calcinha e sutiã, comecei alisar o seu corpo até que ela pediu para parar
um pouco.
- Já que está fazendo, - ela
disse – vamos fazer da maneira certa. Pega um creme que tem no banheiro.
Levantei e fui até o banheiro.
- E aonde está? Perguntei.
- Desculpe, acho que está na
sala. Da uma olhada no sofá.
Peguei o creme e voltei para o
quarto, soltei seu sutiã, e voltei a massagear seu corpo. Espalhando o creme
por todo o corpo e deslizando minhas mãos para dentro de sua calcinha. Enquanto
ela ia relaxando, eu ia ficando cada vez mais excitado.
- E porque não fica com essa
então? Ela disse.
- É o que estou tentando
fazer. Respondi.
Também já tinha tirado a roupa
e estava apenas de cueca, sentado em cima da sua bunda lhe massageando os
ombros. Se eu contasse para alguém, com certeza não iria acreditar. Essa é a
diferença entre nós e os outros animais. Somos muito racionais, para não dizer
algo pior. Meus extintos estavam sendo testados, e o ponteiro do relógio não
parava. Se ela dissesse apenas uma palavra eu mandava o outro encontro para os
quintos dos infernos. Mas a amizade estava ali em primeiro lugar. Mas não
estava em meus pensamentos. Apesar de tudo que ela já tinha me dito, continuava
achando-a muito sensual.
Já estava meia hora atrasado para
o encontro. Parei de massageá-la.
- Acho que já vou indo. Eu disse
e fui no banheiro lavar as mãos.
- Porque não fica e tomamos um
vinho? Ela perguntou.
- É que já combinei com essa
amiga. Mas amanhã eu volto.
- Então, boa diversão. E não
esquece da camisinha.
Tirei uma do bolso e mostrei
para ela.
- Eu sei. Eu disse.
- Mas só levar ela no bolso
não adianta. Tem que usar. Ela disse.
- Eu sei.
- Sei. Ela disse e começou a
rir.
Quando cheguei na casa da Carol,
ela estava com uma cara de pouca amiga. Eu sabia que tinha errado, mas estava
de consciência limpa. Não tinha traído ela e nem nada dessas besteiras, apenas
estava visitando outra amiga. Mas a comida já estava fria e ela foi jogando
tudo na lixeira. Depois ficamos sentados no sofá tomando uma garrafa de vinho e
fui explicando que tinha sido um dia difícil. E que estava ajudando uma amiga.
- Você não é muito pontual! Ela
disse.
Comecei a beija-la e a
acariciar seu corpo. Enquanto isso o
pestinha ficava no outro sofá apenas me olhando. Ele não demonstrava muita
felicidade vendo eu alisar a sua dona. O vinho foi fazendo seu trabalho e as
coisas foram se acalmando. Fiquei pensando em minha amiga e como ela consegue
sempre me colocar nessas frias.
Depois da segunda garrafa de
vinho a convidei para ir para a cama. Deitamos e começamos a brincar. E o
pestinha sempre dando um jeito de pular na cama e aquilo ia me deixando sem
foco.
Ela o pegava e colocava de
novo no chão. E ficava gritando com ele, o ameaçando que ia deixá-lo do lado de
fora do quarto. Maldito voyeur, pensei. Podíamos estar fazendo apenas uma
festinha, eu pegando sua dona e ele pegando a gata velha do apartamento. Mas ao
invés disso o cretino só queria deixar a gata louca. E ele ficava sempre dando
botes nela, como se fosse uma serpente de quatro patas. Mulheres e seus gatos,
e Porto Alegre está infestada dessas pestes. Digo a respeito dos gatos.
- Ele é jovem por isso faz
essas coisas, já não sei mais o que fazer com ele. Ela disse.
Lembrei que no Rio de Janeiro,
eles os assavam feito coelhos. Mas foi só uma ideia que passou pela minha
cabeça.
Continuamos a brincadeira,
Carol a cada vez que gozava parecia ter um ataque epilético, as vezes parecia
que ela ia me apertar tanto que eu acabaria castrado. Nos intervalos precisava
tapar meus pés com o lençol. O capetinha pulava sempre na cama e tentava dar
uns tapas ou mordidas no meu pé. E ela o tirava da cama e o ameaçava.
Quando ela foi no banheiro
fazer xixi, tive uma conversa séria com o felino. E disse:
- Você ainda não me conhece,
mas tenho conexões no Rio de Janeiro.
Poderia ter resolvido alguma
coisa, mas não resolveu nada. O melhor foi passar o resto da noite tentando
tapar meus pés. E de manhã quando acordei ele estava deitado no nosso meio, bem
aninhado e meigo, uma criaturinha divina. Parecendo ao menos que alguém tinha
tido um boa noite. A minha foi de um cão, pensando sempre nos meus dedos dos pês.
Mas não posso reclamar daqueles ataques epiléticos, cada mulher tem um lance
diferente. E é isso que me faz continuar.
Röhrig
C.
Do
livro: Cidade Baixa e suas Mulheres Altas “Um escritor na Cidade Baixa”
Daiane já estava me segurando
a umas cinco horas em seu apartamento. A situação estava ficando tensa, tentava
me esquivar e cair fora. E ela vinha com mais um assunto para conversarmos. Mas
todos os assuntos acabavam no mesmo mote, minhas amigas e seus defeitos. Se quiser
deixar uma mulher feliz, fale dos defeitos das outras. Por sorte toda a
humanidade veio cheia de defeitos para este mundo. Assunto era o que não
faltava.
- Porque não sossega um pouco,
- ela disse – e fica apenas com uma.
- É o que tento, mas elas
estão sempre me jogando para a próxima. Como se eu fosse um brinquedo velho. Eu
disse.
- Você sabe que isso não é
verdade, e aquela que você tinha saído semana passada?
- Quem? Perguntei.
- Viu, você não consegue nem
se lembrar. Vocês não querem nada com nada. É muita promiscuidade!
- Não é verdade, estou me
esforçando.
- Então?
- Então o que?
- Não se faça de engraçadinho,
e a mulher da semana passada?
Olhei o relógio e o tempo
estava se esgotando. A Carol ia querer meu fígado quando chegasse na casa dela.
Seria o segundo atraso em menos de três dias. Levantei do sofá e fui até a
cozinha pegar o cinzeiro.
- Preciso ir. Eu disse.
- Mas porquê?
Voltei para a sala com o
cinzeiro. E acendi um cigarro.
- Fiquei de ir jantar na casa
de uma amiga. Respondi.
- Quem é essa?
- É uma amiga que voltou de
viagem, ficamos de jantar juntos. E já estou meio atrasado.
- Agora você vai ter que me
contar, quem é?
- Estou atrasado, tenho que ir
mesmo.
- Só me explica essa história
e você pode ir depois.
Fui contando toda a história e
cuidando o relógio, alternando entre frases e espiadas nas horas. Estava bem
encrencado. Quando terminei. Ela pediu uma massagem. Consenti, mas com uma única
condição. Que ela ficasse peladinha deitada na cama.
Daiane deitou na cama, de bruços
e de calcinha e sutiã, comecei alisar o seu corpo até que ela pediu para parar
um pouco.
- Já que está fazendo, - ela
disse – vamos fazer da maneira certa. Pega um creme que tem no banheiro.
Levantei e fui até o banheiro.
- E aonde está? Perguntei.
- Desculpe, acho que está na
sala. Da uma olhada no sofá.
Peguei o creme e voltei para o
quarto, soltei seu sutiã, e voltei a massagear seu corpo. Espalhando o creme
por todo o corpo e deslizando minhas mãos para dentro de sua calcinha. Enquanto
ela ia relaxando, eu ia ficando cada vez mais excitado.
- E porque não fica com essa
então? Ela disse.
- É o que estou tentando
fazer. Respondi.
Também já tinha tirado a roupa
e estava apenas de cueca, sentado em cima da sua bunda lhe massageando os
ombros. Se eu contasse para alguém, com certeza não iria acreditar. Essa é a
diferença entre nós e os outros animais. Somos muito racionais, para não dizer
algo pior. Meus extintos estavam sendo testados, e o ponteiro do relógio não
parava. Se ela dissesse apenas uma palavra eu mandava o outro encontro para os
quintos dos infernos. Mas a amizade estava ali em primeiro lugar. Mas não
estava em meus pensamentos. Apesar de tudo que ela já tinha me dito, continuava
achando-a muito sensual.
Já estava meia hora atrasado para
o encontro. Parei de massageá-la.
- Acho que já vou indo. Eu disse
e fui no banheiro lavar as mãos.
- Porque não fica e tomamos um
vinho? Ela perguntou.
- É que já combinei com essa
amiga. Mas amanhã eu volto.
- Então, boa diversão. E não
esquece da camisinha.
Tirei uma do bolso e mostrei
para ela.
- Eu sei. Eu disse.
- Mas só levar ela no bolso
não adianta. Tem que usar. Ela disse.
- Eu sei.
- Sei. Ela disse e começou a
rir.
Quando cheguei na casa da Carol,
ela estava com uma cara de pouca amiga. Eu sabia que tinha errado, mas estava
de consciência limpa. Não tinha traído ela e nem nada dessas besteiras, apenas
estava visitando outra amiga. Mas a comida já estava fria e ela foi jogando
tudo na lixeira. Depois ficamos sentados no sofá tomando uma garrafa de vinho e
fui explicando que tinha sido um dia difícil. E que estava ajudando uma amiga.
- Você não é muito pontual! Ela
disse.
Comecei a beija-la e a
acariciar seu corpo. Enquanto isso o
pestinha ficava no outro sofá apenas me olhando. Ele não demonstrava muita
felicidade vendo eu alisar a sua dona. O vinho foi fazendo seu trabalho e as
coisas foram se acalmando. Fiquei pensando em minha amiga e como ela consegue
sempre me colocar nessas frias.
Depois da segunda garrafa de
vinho a convidei para ir para a cama. Deitamos e começamos a brincar. E o
pestinha sempre dando um jeito de pular na cama e aquilo ia me deixando sem
foco.
Ela o pegava e colocava de
novo no chão. E ficava gritando com ele, o ameaçando que ia deixá-lo do lado de
fora do quarto. Maldito voyeur, pensei. Podíamos estar fazendo apenas uma
festinha, eu pegando sua dona e ele pegando a gata velha do apartamento. Mas ao
invés disso o cretino só queria deixar a gata louca. E ele ficava sempre dando
botes nela, como se fosse uma serpente de quatro patas. Mulheres e seus gatos,
e Porto Alegre está infestada dessas pestes. Digo a respeito dos gatos.
- Ele é jovem por isso faz
essas coisas, já não sei mais o que fazer com ele. Ela disse.
Lembrei que no Rio de Janeiro,
eles os assavam feito coelhos. Mas foi só uma ideia que passou pela minha
cabeça.
Continuamos a brincadeira,
Carol a cada vez que gozava parecia ter um ataque epilético, as vezes parecia
que ela ia me apertar tanto que eu acabaria castrado. Nos intervalos precisava
tapar meus pés com o lençol. O capetinha pulava sempre na cama e tentava dar
uns tapas ou mordidas no meu pé. E ela o tirava da cama e o ameaçava.
Quando ela foi no banheiro
fazer xixi, tive uma conversa séria com o felino. E disse:
- Você ainda não me conhece,
mas tenho conexões no Rio de Janeiro.
Poderia ter resolvido alguma
coisa, mas não resolveu nada. O melhor foi passar o resto da noite tentando
tapar meus pés. E de manhã quando acordei ele estava deitado no nosso meio, bem
aninhado e meigo, uma criaturinha divina. Parecendo ao menos que alguém tinha
tido um boa noite. A minha foi de um cão, pensando sempre nos meus dedos dos pês.
Mas não posso reclamar daqueles ataques epiléticos, cada mulher tem um lance
diferente. E é isso que me faz continuar.
Röhrig
C.
Do
livro: Cidade Baixa e suas Mulheres Altas “Um escritor na Cidade Baixa”
Comentários
Postar um comentário