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DICA DO DIA

BREVE DIALOGO SOBRE MORADIA E QUANTIDADES


BREVE DIALOGO SOBRE MORADIA E QUANTIDADES

Existem muitas coisas bizarras nessa vida, mas nada supera uma declaração de amor. Até acredito que se possa escrever sobre o amor, da mesma forma que se pode escrever sobre qualquer coisa que nunca existiu. Quando vejo duas pessoas apaixonadas, logo penso a quem elas querem enganar. Provavelmente a elas mesmas. Desde que não me venham com seus sentimentos, está tudo bem. Tem aquelas piores ainda, as caçadoras de arco íris. Passam a vida atrás daquele pote de amor. São sentimentais demais.
E tirando aquele sentimento, não sobra nada. A não ser o medo de ter que pagar por suas contas. Não tem nenhuma ação é só uma propaganda de como elas são boas e de como o mundo é cruel. Elas são cruéis e amáveis. Como uma propaganda de café da manhã em família. Aonde o café esfria enquanto se tira a foto.
Hoje acordei com essa insensatez de um longo discurso amorfo. Blá...blá...blá...
As pessoas sem vida, este é um outro assunto interessante, encontram sempre uma maneira de chatear as pessoas que tem. 100% de suas reclamações é conversa fiada. Que não agrega nada. Canso rápido quando esse tipo de gente se aproxima. Fico quieto apenas escutando e olhando para seus rostos sem acreditar que elas possam ser reais. E vou mantendo um diálogo breve e evasivo.
Abri a porta do quarto e ela estava ali parada, como se estivesse esperando. Coincidência ou não. Não consegui fugir.
Ela logo atacou um. – Boa tarde!
Precisei retribuir – Boa tarde!
Estava aberta a possibilidade de um diálogo desnecessário.
- Você viu o que o fulano fez? A vizinha disse.
- Não sei de quem você está falando. Eu disse.
- O sujeito do meio da quadra, - ela disse – aquele que passeia sempre com um cachorrinho.
- Muita gente passeia com cachorros por aqui.
Pensei em lhe dizer que provavelmente era o Bandini, mas ela não ia entender, da mesma forma que a maioria das pessoas que lerem essa história não vai entender. Arturo por onde andas meu camarada?
- Ele deixou o cachorro cagar na calçada, que absurdo.
Absurdo era estar deixando-a cagar nos meus ouvidos. Essa cidade tem uns 500 mil cachorros e daí? Só sei que não tenho e não tenho interesse em ter. nem vou escrever um conto a respeito de algum cachorrinho.
- Não sei de quem está falando.
- Ele nunca leva uma sacolinha para juntar as fezes.
- Sim, e?
- Alguém precisa fazer alguma coisa. Já não se tem mais lugar aonde se pisar na calçada sem acabar pisando naqueles troços espalhados por toda a quadra.
- Já falou com ele?
- Não, mas alguém precisa fazer alguma coisa.
E ela continuou falando das fezes do cachorro e a respeito da negligencia do dono que nunca recolhia. E de como tudo estava empesteado. Enquanto isso ficava pensando que ela sempre deixava uma peruca de cabelos espalhados por todo o banheiro cada vez que ia tomar um banho e de como jogava sua roupa suja em cima das minhas toalhas úmidas. Concordei com ela mentalmente, realmente tudo estava empesteado. Minhas toalhas sabiam de tudo. E ela deveria procurar o seu pote além do arco íris e deixar o pobre cachorro fazer as suas necessidades. Todo mundo precisa cagar afinal.  
- Mas eu não quero lhe incomodar. Ela disse.
- Não está me incomodando, mas preciso entrar agora. Eu disse.
- Tem um cigarro?
Tirei o maço do bolso e lhe alcancei um cigarro.
- Obrigada! Ela disse e pegou o cigarro.
- Tranquilo. Eu disse por pura educação.
Fui andando para trás até voltar para o quarto e fechar a porta, liguei o computador e escolhi alguma música para abafar o som que vinha do resto da casa. Esperando o tempo passar até minha nova amiga chegar. Tecnicamente uma nova namorada, mas como elas vem e somem com tanta rapidez, prefiro o termo amiga. Uma bela amiga por sinal, morena alta, magra, cabelo curto, preto, levemente cacheado e um olhar apaixonado e vivo. Uma bela italiana.
Passo a maior parte do tempo trancado no meu quarto escrevendo meus textos e me divertindo, evitando um possível contato. Não me importo com o que as pessoas fazem de seu tempo desde que não venham roubar o meu.
O telefone tocou, era o sinal que estava esperando atendi o telefone e avise-a que estava descendo para abrir o portão.
Desliguei o telefone, sai rápido do quarto desci as escadas e segui pelo corredor lateral até o portão. Lucia estava do outro lado do portão já me esperando. Abri o portão.
- Oi amore, aonde estacionou o carro? Perguntei.
- Do outro lado da rua. Ela disse e apontou para a direção aonde o carro estava estacionado embaixo de uma árvore.
Lhe dei um beijo e convidei-a para entrar.
No quarto continuamos nos beijando e tirando a roupa um do outro. Caímos direto na cama e começamos a transar. Nada melhor que fazer um bom sexo no meio da tarde. Ela tinha acabado de sair de um casamento de treze anos de merda, aonde o ex-marido só sabia lhe tratar mal, e a colocando sempre para baixo, sexo em intervalos de três meses ou mais, cumprindo sua obrigação. Ele tinha ciúmes do sucesso profissional dela, que belo desperdício, ter ciúmes do sucesso de alguém.  
Mas o pior era na cama, um verdadeiro desperdício que estávamos tratando de recuperar, mantínhamos um ritmo de transar pelo menos umas dez vezes por semana. Aos finais de semana transávamos nos quatro turnos, manhã, tarde, noite e madrugada. Na segunda-feira de manhã acordava com meu pau sempre esfolado, dávamos mais uma antes de ir embora e tinha uma trégua até a noite, para começar tudo de novo.
Estávamos na quarta-feira, o dia que ela me visitava a tarde no meu quarto. Depois a noite eu ia ficar em seu apartamento. Já estava dormindo apenas uma noite no quarto o resto da semana ficava no apartamento. Três meses naquele ritmo alucinante, joguei minha caderneta com o telefone das outras amigas no fundo de uma mala, e resolvi levar a sério a relação. Achando que tinha encontrado o meu pote no final do arco íris. Um legitimo idiota sentimental.
 Linda, carinhosa, boa de cama, inteligente e divertida, o que mais eu poderia querer? Ela tinha alguns problemas também, ciumenta, insegura e com uma alta estima muito baixa. Estava sempre preocupada em me manter feliz e isso era muito bom. Também estava preocupado em manter ela feliz.
Na cama só tinha um problema, ela sempre queria saber o que eu queria. E aquilo me desconcentrava as vezes. A cada lance Lucia vinha com a mesma pergunta. 

- O que quer? Ela disse.
- Apenas continue, - eu disse – não pare!
- Ah! Ah! AH! Ela começou a gritar.
Segurou seus cabelos com as mãos e inclinou a cabeça para trás. E fez com mais força, seus pentelhos praticamente arrancando minha pele por onde passam, se movimentando com mais violência para frente e para trás. Enquanto tento manter meu dedo polegar em seu clitóris. Ela vem com mais e mais força roçando. Ficando toda molhada, sinto ela gozar.   
Estou todo dentro dela, até as bolas praticamente, posso sentir toda sua boceta encharcada, apertada e quente. Uma delícia de foda.
Terminou de gozar no meu pau. Inclino meu corpo para frente e ficamos abraçados. Seguro o meu gozo para manter a sensação. Quero lhe dar o máximo de prazer possível.
Depois de alguns minutos, me inclino novamente para trás e ela recomeça a mexer. Tudo que preciso fazer é apenas ficar teso e dar pequenas estocadas, enquanto ela desliza para frente e para trás. Quanto mais tempo demoramos mais linda e selvagem ela fica.
- O que quer? Ela disse.
- Continue! Continue!
Gozou de novo e ficamos os dois, lado a lado nos beijando. Pego em sua coxa e insinuo para que fique de lado. Ela fica e começo a meter por trás, enquanto uma das minhas mãos acaricia seu clitóris e a outra lhe puxa pelos cabelos. Agarra-se na beira da cama e geme, enquanto vou metendo. Dou uma boa gozada dentro de sua boceta. Ficamos grudados um longo tempo. O calor de sua bunda, grudada em meu corpo. Continuo mordendo seu pescoço, sentindo o cheiro do seu cabelo. Ficamos uma meia hora apenas curtindo. Tenho certeza que esse é o meu pote.
Levanto e pego um cigarro, ela vem atrás pedindo uma fumada. Não gosto que fume. Deixo-a dar uma tragada e falo que é uma porcaria fumar, que não deveria criar esse vicio em sua vida. Continua perto, isso me dói, sinto pena por não ser o sujeito certo.
- Você podia vender seus moveis e ir morar lá em casa. Ela disse.
- Acho que é melhor cada um ter seu canto. Eu disse e apaguei o cigarro no cinzeiro.
- Mas amor, você podia economizar um bom dinheiro não precisando pagar o aluguel.
- Não quero me escorar em você. Já sou bem grandinho e não quero ser igual ao seu ex.
- Imagina, vende tudo e com o que economizar, vai poder comprar tudo de novo quando quiser. Posso liberar um lado do meu guarda-roupa para você guardar suas roupas.
- Vamos ver daqui a algum tempo. Tem que entender que sou muito orgulhoso.
- Mas depois você também pode me ajudar.
- Vamos ver.
Já estou tão acostumado a perder namoradas, que seria um espanto se alguma continuasse. No geral é sempre o mesmo assunto. Apostas em um futuro que não me interessa, e uma vocação iminente ao fracasso nas relações afetivas. Enquanto tento sobreviver no presente, elas querem planos para o futuro. E ficam muito incomodadas quando percebem que não estão nos meus planos a longo prazo. Mas não sei de onde elas tirão essa ideia de que tenho planos. Mas aos poucos ela estava me dobrando. E isso significava sofrimento a frente.
- Porque você insiste em morar aqui? Ela perguntou.
- É o que posso ter no momento. Respondi.
- Tudo bem, esse é o seu espaço. Eu respeito.
- Vamos nós conhecer melhor.
- Você podia ficar escrevendo lá em casa enquanto estou no serviço. Seria perfeito. Sabe que lá durante o dia não tem barulho.
- Eu sei amore, seria ótimo. Mas vamos devagar. Já estou praticamente morando lá.
- Poderia economizar um bom dinheiro.
- Seria perfeito.
Depois de se perder 17 anos num casamento, fica muito difícil querer entrar de novo nessa ratoeira. Minha ex-esposa me ensinou a nunca mais confiar numa relação. Não se pode viver tanto tempo com uma psicopata e ainda ter alguma ilusão. Mas a italianinha estava sendo muito convincente. Que belo pote.
Estava sendo uma tarde ótima até ela começar a estragar tudo e provar que minha teoria estava certa.
- Muitas mulheres não gostariam de um quarto igual ao seu. Ela disse.
- Exato, - eu disse – e é dessas mulheres que quero manter distância.
- Porque não morar em um quarto bom?
- Você quer dizer de luxo, já estive em muitos quartos de luxo e fora o quarto não encontrei mais nada interessante. No geral os acessórios são sempre medíocres de espirito.
- Você não gosta de viver bem?
- Adoro viver bem, por esse motivo vivo aqui. Ele é um filtro, que vai filtrando todas as mulheres que passam por aquela porta. Posso ver todos os valores em apenas um olhar, e em uma frase já consigo entender tudo. Como agora!
- Não foi o que eu quis dizer, me desculpa.
- Viu como esse quarto funciona como um filtro, agora já sabemos de que lado de monte de mulheres você está. Não se engane existem montes de mulheres de todos os tipos e você faz parte de um. Agora o que vai fazer com isso é sua escolha. Eu pretendo continuar aqui no meu quarto recebendo o monte que não se importa.
Ela ficou me olhando espantada, eu também estava espantado com a situação. Apenas uma frase que desencadeou mais um final de relacionamento. Lucia se vestiu, e pediu para acompanhá-la até o portão.  Antes de fechar o portão, ela perguntou.
- Você vai lá em casa hoje à noite?
- Acho que vou ficar em casa escrevendo hoje.
- Você é quem sabe.
Um sujeito consegue ser muito estupido, na maioria das vezes. Eu sou esse sujeito. Ela foi embora e fiquei reparando nos montes espalhados na calçada. Enquanto o arco íris ia desaparecendo no final da rua.
                                                                                                Röhrig C.










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