A BRIGA

A BRIGA

Ricardo foi ficar perto da porta da boate para aguardar a chegada das amigas.

A primeira a entrar foi a Patrícia, seguida pela Melissa, continuou a espera da terceira, mas ela não passou a porta.

Patrícia lhe deu um beijo e explicou a situação.

- Ricardo não quero que fique chateado, mas a Julia conheceu um carinha hoje na praça e está vindo com ele. Ela disse.   

- Porque eu ficaria brabo? Ele disse.

Melissa se meteu na conversa.

- É só uma historinha! Não leva a sério! Ela disse.

Ele abraçou as duas e disse: - Eu levar a sério, ridículo.

Os três seguiram para o fundo da boate abraçados e se beijando até uma mesa.

Ele já nem se lembrava mais da terceira, entre um copo de cerveja e um amasso numa e depois na outra. A noite estava sendo ótima.

Seu melhor amigo chegou na mesa com uma expressão de furioso.

- O que foi? Ele disse para o outro.

- Você não vai acreditar, no que acabo de ver, - ele disse e hesitou por um minuto – a Julia está na boate e abraçada em outro.

- Isso?

- Vamos quebrar a cara desse safado!

- Calma.

- Está todo mundo vendo.

- E daí?

- Você tem que fazer alguma coisa?

Ricardo sem responder ao amigo, se levantou da mesa, deixando as amigas e o amigo e foi dar uma volta pela pista de dança.

Achou uma morena sozinha na beira pista, a tirou para dançar, e antes mesmo de pronunciar qualquer palavra a beijou ardentemente. A mulher retribuiu e os dois ficaram parados no meio da pista de dança se beijando e alisando, parecia que iam transar ali mesmo. Ele a pegou pela mão e a levou para o segundo andar. Da sacada do segundo andar ficaram observando a pista de dança no primeiro. Continuaram se beijando e Ricardo colocou a mão por dentro da calça da mulher e ficou apertando sua bunda, enquanto a deixava roçar a xota em sua perna.

- Se não morasse com meu irmão podíamos ir lá para casa agora. Ela disse.

- Que pena, nenhum outro lugar? Ele disse.

- Que eu saiba não e você?

- Também estou no mesmo dilema. Mas aqui em cima é bem escuro e reservado.

- Sim.

Ricardo começou a desabotoar a calça da mulher. Seu amigo chegou no exato momento, Felipe já tinha tudo resolvido, conseguiu juntar alguns amigos e estavam todos prontos para dar a maior surra no estranho que estava abraçado com a Julia. O amigo explicou todo o plano enquanto Ricardo deixou a mulher se arrumar um pouco e ficou fumando um cigarro escutando o amigo e pensando. Quando terminou o cigarro. Deu três socos na cara do amigo, que ainda recuou um pouco desnorteado, dando a distancia certa de que Ricardo precisava. Ele pegou uma cadeira e começou a desferir um golpe atrás do outro, até o amigo cair no chão. Largou a cadeira e começou a chutar o amigo, parando apenas quando viu que o outro estava desacordado. Deu mais um chute para ter certeza. Se abaixou, tirou do bolso do amigo a chave do carro e do apartamento, levantou-se, olhou para a mulher que observava a tudo calada e sentada sobre uma mesa de madeira.

- Acho que já resolvi o problema, - ele disse e sorriu – vamos?

Desceram as escadas, e no meio do caminho encontrou a Julia e o outro. Colocou a mão no ombro do outro e disse: - Parabéns!

                                                              Röhrig C.