EFEITO WERTHER (06)
Voltei caminhando para o
apartamento, estava um dia, como as pessoas gostam de se referir a dias assim,
lindo, um dia lindo.
Todas as janelas do
apartamento ainda estavam fechadas, meus olhos foram se acostumando com a falta
de luz, fui seguindo até o quarto. Sofia estava deitada dormindo, tirei a roupa
e fui em direção a cama. Algo espetou o meu pé.
- Merda! Disse e me abaixei
para pegar o objeto.
O que aquele cartucho de 7,65mm
Luger, estava fazendo no chão. Sofia deve ter mexido no criado-mudo do meu lado
da cama. Abri a pequena gaveta e o joguei de volta para dentro. Tinha roubado
aquela bala da coleção do pai do Francisco, ele sabia tudo a respeito das Luger
e Parabellum. Sendo que a Parabellum era na verdade uma Luger de 9 mm. Coisas
de colecionador. A primeira vez que segurei uma Luger na mão foi uma sensação
estranha, lembro que depois ficamos olhando alguns livros com fotos de
execuções, aquele cartucho fazia um belo estrago quando disparado a poucos
metros e direto na cabeça.
Sofia acordou quando falei, e
virou seu corpo para o meu lado da cama, ainda sonolenta.
- Já voltou? Ela disse.
- Sim, é muito cedo ainda. Eu disse.
- Como foi?
- Normal, mas preciso dormir
agora.
- Ok. Ela disse e adormeceu de
novo.
Dava para sentir em sua voz
que estava muito chapada de Rivotril. Deitei do seu lado, e senti seu braço
cair sobre meu corpo de forma pesada. Aquela merda ia acabar matando-a. Não
consegui dormir, fiquei pensando em como fazer um chaveiro da bala. Tirei seu
braço de cima do meu corpo e me virei para olhar as horas no relógio, em cima
do criado-mudo, meio-dia em ponto.
(continua 😊) Röhrig C.
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