EFEITO
WERTHER (12)
- Isso são horas? Sofia disse,
quando terminei de fechar a porta do apartamento.
Tirei a chave da fechadura e
me virei para ela. Sofia estava comendo um sorvete de casquinha, duas bolas,
creme e morango, o sabor de morango por cima do creme. Ela ia falando e
alternando, passando a ponta da língua na bola de morango.
- Aonde o senhor passou a
noite? Ela disse.
- Lhe disse que ia até a casa
do Francoa. Eu disse.
- E precisava passar a noite
toda lá?
- Sabe como ele é?
- Não gosto desse seu amigo.
- O que foi que ele te fez?
- Apenas não gosto. Você passa
mais tempo com esses amigos do que comigo.
- Me desculpe.
- Espero que isso não vire
rotina!
- Sabe que eu não gosto de
rotina. Eu disse, e a beijei. Um longo beijo apaixonado. Senti sua língua gelada
e o gosto doce do sorvete.
Sofia tentou se desvencilhar
dos meus braços, mas acabou cedendo. Fomos abraçados, nos beijando, tropeçando,
até chegar na cama. Podia sentir o cheiro e o calor da sua pele matinal, misturado
a sensação fria e doce de sua boca.
- Adoro esse seu cheiro de
dormida. Eu disse e fui tirando sua roupa.
Ela enfiou o sorvete dentro de
um copo sobre o criado-mudo. Que desperdício, pensei.
- Você não presta! Ela disse e
ficou com o corpo molhinho, deitada, com os olhos fechados. Se deixando
vulnerável e dominada aos meus carinhos.
- Fica de bruços que quero te
massagear.
- Adoro esse seu jeito safado!
Você não presta, mas adoro.
Peguei o que sobrou do sorvete
e fui espalhando em seu corpo, com as pontas dos meus dedos gelados fui
deslizando de cima a baixo. Ela ia ficando arrepiada de frio.
- Só quero ver quem vai lavar
os lençóis depois. Ela disse.
- Você, é claro! Eu disse.
- Vadio!
- Tesuda, afasta as pernas um
pouco.
Lambuzei sua buceta com o
sorvete e começamos a brincar.
(continua 😊) Röhrig C.
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