Entrei no apartamento, Sofia
estava sentada no sofá da sala, tropecei algumas vezes até conseguir sentar ao
seu lado.
- O que você andou fazendo, -
ela disse – onde você estava?
- Vamos para o quarto. Eu disse.
- Que merda está acontecendo?
- Preciso dormir.
Ela não poderia entender,
tentei não explicar. Consegui chegar até a cama. Mal tinha conseguido deitar e tudo
começou a girar, coloquei a cabeça para fora e vomitei entre a cama e o
criado-mudo.
Sofia entrou no quarto e continuou
xingando, pedindo explicações. Levantei o rosto em sua direção, passei a manga
da camisa na boca e na barba, tirando o resto de vomito. E coloquei a cabeça no
travesseiro. Fui fechando os olhos enquanto ela falava, parecia que nunca mais ia
parar de falar. Sua voz foi se distanciando, até que adormeci por completo.
Tive um sonho maluco, correndo
dentro de um prédio abandonado, o sonho todo em P&B, os corredores
estreitos, as portas dos apartamentos todas abertas, um lugar extremamente
decadente, abandonado, vazio. Não conseguia passar as portas e dar uma olhada
dentro dos apartamentos, continuava correndo pelos corredores e ia descendo,
andar por andar, até sair por uma porta que dava num pequeno beco nos fundos do
prédio. Continuei correndo em volta do prédio até entrar pela porta da frente,
subi todos os andares até chegar no sótão que dava acesso ao telhado, e pulei. Mas
antes de chegar no chão, estava de novo no primeiro corredor onde tudo tinha
começado e voltava a correr, como se estivesse eternamente preso aquelas cenas.
Repetindo mil vezes a mesma coisa.
- Você está com febre. Ela disse.
Senti a palma de sua mão acariciando
minha testa. Abri os olhos, ainda estava em meu quarto, vestido e com gosto de
vomito na boca.
- Estou bem. Eu disse.
Estava encharcado de suor,
como se tivessem jogado um balde de água sobre o meu corpo, e uma mistura de
calor e arrepios de frio.
- Não! Você está queimando de
febre. Ela disse.
- Talvez um pouco. Eu disse.
- Vou pegar um remédio para você,
- ela disse – você quer?
- Não precisa.
Fechei os olhos e senti quando
seu corpo saiu da cama.
(continua 😊)
Röhrig C.
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