MINHA QUERIDA
O mundo aparece
a partir da terceira garrafa de vinho
acredito
em esperanças após o terceiro tiro falho
conheci
Roma e Lisboa enquanto o tambor batia
e foi só
isso, além de Pedro Osório, além
algumas
ruivas, morenas, negras, loiras, mas nenhuma albina
pensei em
vender meu sangue, mas por enquanto,
apenas minha pobre alma desalmada
que a tudo se veste de empatia numa tarde de carnaval
apenas minha pobre alma desalmada
que a tudo se veste de empatia numa tarde de carnaval
desvalorizada
pela falta de um deus ou adeus
minhas
podres caricaturas em fogueiras que não se queimam
vejo tudo
vulto, mas, está tudo curto
alemãs,
francesas, gaúchas, cariocas, japonesas e coreanas
as
portuguesas e as africanas
que mundo
lindo, tem numa cartela de cores primarias
e um dia
quem sabe, até os moinhos de vento
um dia
quem sobe na praia ou desce na serra
viajando
sempre contra o vento a passos contraditórios
e a
garota continua comendo chocolates
nem os
meus bolsos furados ou os elásticos
Rimbaud
ou Fernando Pessoa
fiz um
rascunho num caderno vermelho
nenhuma
parede e nenhum quadro
ando
ainda na lista dos menos favorecidos
não tenho
bíceps nem um raio global de sorte
fundei a
cultura do nada, mas já tinham cultuado tudo
o senhor
do nada em algum lugar por nada
quero ver
se dez passos, dez fragmentos, ser menos cem
mas você é
minha querida imaginação sem ilusão
uma roupa
pobre que veste mais um rico.
Röhrig C.
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