Um convite inusitado Meu cigarro apagasse, enquanto eu fumo. Jogo ele na sarjeta. A chuva aperta um pouco mais e vamos para debaixo da marquise. São 23h e a rua está deserta. A garota tira um lenço da bolsa e tenta secar inutilmente os cabelos encharcados. - Você acha que vai chover mais? Eu disse. - Quem sabe, mas acredito que não. Ela disse. - Mas como pode ter certeza? - É que agora apertou mais a chuva e isto é sinal de que ela vai passar. - Você acha? - Sim, se ela continuasse calma ia durar a noite toda. - Entendo. Tirei outro cigarro da carteira e voltei a fumar. A cada minuto a chuva apertava mais, parecia que o mundo ia desabar em nossas cabeças. Ela tremia de frio e sorria, dando pequenos pulinhos e esfregando as mãos tentando se aquecer. - Desde que horas você está aqui? Perguntei. - Eu Venho sempre às 18h, quando já está escuro. - E fica até que horas? - Depende do movimento, hoje por causa da chuva eu vou embora mais cedo.