Não foram os troféus, as medalhas, diplomas, nem outro objeto, ou a publicação em alguma antologia. Mas uma briga, uma discussão feia. Daquelas de se ficar babando que nem cão raivoso. Pronto para pular no pescoço do outro. Foi numa manhã ensolarada de inverno. Eu estava indo para uma reunião num prédio ali do lado do túnel da conceição. Aquela agitação de dia da semana movimentada em Porto Alegre. Entrei no saguão do prédio às 10h em ponto. Meia hora antes da reunião que tinha no quarto andar. Na portaria um sujeito, com a cara enfiada no jornal. - Bom dia! Eu disse. Ele levantou os olhos, com uma expressão típica de repartição publica. - Pois não? Ele disse. Mas eu não vou contar todos os detalhes, vamos ao que interessa. Dei uma olhada no que ele estava lendo. O sujeito ao invés de estar cuidando do seu serviço. Estava lendo poesia. Não aguentei e comecei a insultar ele e aquele poema. Um minúsculo poema de quatro linhas, com menos de seis palavras por linha. E o sujeit