BRINCANDO COM SEUS
SENTIMENTOS
Sou o que pode cair primeiro
não tenho boas intenções
sou apenas um ladrão
de almas coleciono apenas o ócio
danço com as nuvens e desço
e desço até o inferno por você
um dia olhei pela janela
e tínhamos um caminho
depois do almoço
podíamos passear em uma sesta
e a vida era assim tranquila
e os cavalos no carrossel
a dar voltas.
Röhrig
AS HORAS QUE SE
PERDEM E NUNCA MAIS SE ACHAM
Um punhado de tempo,
vejo cobrindo os meus sapatos
que vai despindo minhas intenções e crenças
quando o mais importante é seguir em frente
tudo vai caindo por terra como roupas desnecessárias
tenho um coração que sofre quando olho para trás
e você ainda está no mesmo lugar
não posso mais lhe alcançar nessa distancia infinita
por fim percebo que não aprendemos nada
além de percorrer distancias infinitas
e as escolhas me caem como um balsamo
uma chuva de verão depois de uma longa caminhada
um salvo conduto para lugar nenhum
quando olho para trás
você ainda está no mesmo lugar
não lhe posso provar mais nada
não temos mais nada para provar
então o tempo só pode
ser esse abismo
entre os sonhos e a realidade.
Röhrig
NÃO VÁ EMBORA EM
SILÊNCIO
Vamos voltar ao jardim, um passo de cada vez
portas que se fecham, pela última vez
ao lado da árvore tem um banco de mármore
só assistindo as folhas enquanto caem
naquela sombria colina tem um coração
um dia frio com um horizonte sem ondas
cada um do seu lado, cada um em seu estado
primitivos são nossos interesses, joguinhos
bem-comportados
luz e sombras, imagens atormentadas
as mãos que tanto se tocaram, agora se perdem
na multidão de mãos perdidas que se agarram
no vazio que toma todos os espaços e formas
um eco invade a minha mente trazendo vozes
como um eco que invade uma caverna vazia
trazendo suas almas zombeteiras
tudo é apenas uma brincadeira.
Röhrig
C.
CHEIRO DE GLICERINA
Pisando em nuvens
me perdendo entre nuvens
sabendo aonde ir
um dia de domingo
e você está vestida de vermelho
tenho meu jeans
e tudo bem
hoje é mais um dia
temos uma vida toda
e não podemos nos perder
mas nos perdemos
e o tempo seguiu
sem ao menos nos perguntar
ficamos apenas
com as lembranças
e tudo mais
que não coube em nossa
bagagem.
Röhrig C.
QUANDO DUAS ALMAS
PERDIDAS SE ENCONTRAM
Ao seu lado todos os caminhos
levam ao paraíso
talvez não seja um poema
talvez seja apenas um sentimento
como pétalas sopradas ao vento
fico olhando você dormir
ao meu lado em queda livre
e o seu calor me toca e dançamos
como asas de cera
em meus sonhos
espantamos a escuridão
e gritamos para o horror
sonho acordado
guardando seus sonhos
você me faz sonhar alto
como um guardião do precipício
tenho as chaves do inferno
e lhe estendo a mão
venha para os meus sonhos
e eu digo: Agora!
E você sorri.
Röhrig C.
Dr. Jekyll e Mr. Hyde
O passado faz parte do futuro
engrenagens de um relógio
quando o desejo chega ao fim
e tudo mais é desejo
minha mente é um pássaro epilético
preso em minhas próprias grades de absinto
suas certezas são apenas medos
que me torna um outro
tenta me convencer que o lado mais claro
é o certo com suas certezas
porque temes as possibilidades
existe um lado escuro e incerto
sem jogos de sombras que justifiquem
um último mergulho é sempre
tentador correr na direção errada
uma forma de se aliviar a dor
é a provocar em outro lugar.
Röhrig C.
NÃO VÁ EMBORA EM SILÊNCIO
Vamos voltar
ao jardim, um passo de cada vez
portas que
se fecham, pela última vez
ao lado da árvore
tem um banco de mármore
só
assistindo as folhas enquanto caem
naquela
sombria colina tem um coração
um dia frio
com um horizonte sem ondas
cada um do
seu lado, cada um em seu estado
primitivos
são nossos interesses, joguinhos bem-comportados
luz e
sombras, imagens atormentadas
as mãos que
tanto se tocaram, agora se perdem
na multidão
de mãos perdidas que se agarram
no vazio que
toma todos os espaços e formas
um eco
invade a minha mente trazendo vozes
como um eco
que invade uma caverna vazia
trazendo
suas almas zombeteiras
tudo é
apenas uma brincadeira.
Röhrig
Biografia:
Röhrig,
nome literário de Clarimundo Röhrig, nasceu em 27 de dezembro de 1971.
Natural
de Pedro Osório, Rio Grande do Sul, Brasil.
Ganhador
de vários prêmios em concursos literários atualmente possui 37 livros
publicados, entre romance, novelas, contos, poesias, pensamentos e roteiros
para teatro.
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