A poesia anda solta, essa cadela
a poesia é uma lastima inventada
que se arrasta pelo vidro sujo da memória.
Para passar o tempo que não nos resta
inventaram o relógio e o cartório.
Esse emaranhado de duvidas e cuidados
da doença se faz a cura
que fazem os amigos quando fumam
em alguns momentos escuros.
Uma rede que mesmo com folga - sufoca
apenas um caminho a seguir - e da vontade
entre as linhas e os nós
e este pode ser qualquer sonho
que lhe traga sorte e abandono.
Mesmo na volta tem algo de partida
lábios que se tocam e se afastam
feridas e calor
o que chega por parte vem de outra parte
e na verdade não se sabe o que chega
ou o que parte
ou se parte
apenas uma verdade - lhe digo
e essa pode ser sua, sei que o tempo é outro
já não me importo mais, se fico na rua ou na lua.
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