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DICA DO DIA

Willian & Willian (Peça em um ato) - Roteiro



Willian & Willian









Autor: Röhrig C. – Janeiro de 2008














Nota
Para usar este texto em montagens, repassar, reproduzir ou qualquer outro fim que não a leitura particular, por favor entre em contato com o autor.










PERSONAGENS

Willian Blake - (voz)
Willian - (jovem poeta)
Garçom




Willian & Willian
Peça em um ato
História:
Poeta em crise tenta se encontrar. Não conseguindo escrever nem uma linha e comparando sua produção artística com sua própria vida, num acesso de profunda depressão implora a ajuda de um grande poeta morto, Willian Blake. Então surge o som de uma voz, como se estivesse acordando depois de mil anos, arranhada, gasta, moribunda. Risos diabólicos e no canto do palco uma luz surge suave e vai se intensificando. É a voz do poeta imortal que ressurge para dialogar com o poeta mortal. W. Blake dá as respostas para as angústias e dialoga com o jovem Willian por intermédio de seus provérbios, “Provérbios do inferno” – Willian Blake. Com o decorrer da história ele descobre que todas as respostas para suas angústias estão dentro dele mesmo, ele reencontra-se e fica feliz. Consegue escrever novamente. Fim.



Cena 01
Cenário
A sala do poeta composta por: poltrona com chapéu e paletó, uma mesa, cadeira, garrafas, copo, cinzeiro, carteira de cigarros, isqueiro, máquina de escrever, folhas de papel na mesa e ao lado da mesa, folhas amassadas. O som melancólico do toque de apenas uma tecla de uma máquina de escrever. Luz que surge no canto do palco. O palco na maior parte é à meia sombra introspectiva, uma luz tênue na mesa e em sua volta até o momento que surge a luz que representa a voz do fantasma.

Resumo
Ele está sentado olhando a máquina de forma catatônica, imóvel. Levanta-se, anda em volta da mesa e começa a resmungar, amassa algumas folhas e joga no chão. Volta a sentar na cadeira, coloca as mãos na máquina, o som vai crescendo de forma violenta. Fica desesperado, passa as mãos pelo cabelo, fica descabelado. Faz injúrias, suplica. No canto surge uma luz. Seu olhar é atraído, escuta a voz. O som da máquina vai se suavizando enquanto a voz toma conta da ação. Ele ri de forma desesperada, acha que está ficando louco, se levanta, gesticula muito com as mãos enquanto fala e a voz lhe responde. O silêncio é quebrado apenas por sua voz e a “voz” da luz.
Ele tenta de novo escrever mas não consegue. Pega o paletó e o chapéu, sai.
Fim da primeira cena.

Cena 02
Cenário
Bar abandonado com aspecto de boteco miserável, quatro mesas de lata em péssimas condições, garrafas, copos. Aparece o garçom.
Resumo
Ele chega ao bar, senta. O garçom lhe atende como se fossem velhos amigos, trocam algumas gentilezas e o garçom o serve. A luz volta a persegui-lo. De início pensa que é o garçom, mas o garçom está distraído limpando outra mesa, a que fica mais longe dele. Então ele percebe que é a mesma voz de antes. Novamente a luz vai surgindo no canto do palco suavemente e à medida que ele toma consciência de sua presença ela vai ficando mais forte. Voltam a conversar.
Fim da segunda cena.



Cena 03
Cenário
A sala da casa do poeta.
Resumo
Ele chega bêbado junto com a luz, continuam a conversa, explode de raiva, para, pensa, reavalia, conversa. Senta e tenta escrever e entende o que o estava bloqueando. Fica feliz, agradecido. Quanto mais feliz ele fica mais fraca vai ficando a luz, ele compreende que tudo que ele precisava para escrever estava dentro dele.
Fim da terceira cena.

Personagens:
Willian Blake - (luz/voz)
Willian - “jovem poeta” (usa terno preto com camisa branca, gravata preta fina, magro, cabelo comprido)
Garçom - (bermuda e camisa estilo havaiana, alpargatas, gordo)



Cena 01
Um jovem poeta de vinte e cinco anos aproximadamente. O cenário deve dar uma ideia de confusão: papéis amassados e amontoados ao lado da mesa, soltos, perto da poltrona. Na mesa uma pilha de papel nova ao lado da máquina de escrever, a máquina com uma folha. Ele está sentado na frente da máquina olhando fixamente para a folha em branco que está na máquina. A luz focando apenas aquele ambiente como se não existisse mais nada, o som de uma máquina de escrever como se fosse apenas uma tecla sendo tocada (que dê a sensação de como se fosse um pingo de água caindo, e este som fosse aumentando de forma dramática, dando sensação de angústia e irritação).
Sem tirar os olhos da máquina fica resmungando de maneira desdenhosa.
Willian: Como alguém pode não conseguir escrever? Eu sei falar, eu sei escrever. Sou um animal racional, um bom animal. Não posso escrever! Ilustre Willian, defina poesia. Seja um bom garoto Willian. Defina poesia. Poesia, poesia, Poesia. PO-E-SI-A. Mas Willian, defina-a, você sabe. Willian, Willian. Você não sabe o que é poesia? Quem sabe?
Levanta-se, anda em volta da mesa e começa a resmungar mais alto, amassa algumas folhas e joga no chão.
Willian: De todos os charlatões Willian é o maior. Poeta, hum, hilário. Grande poeta, tão grande que não escreve.
Para por um instante e pega uma folha ao lado da máquina e lê duas linhas.
Willian: Eu peco só de olhar seu sorriso. Ele devora toda a minha lógica.
Volta a sentar na cadeira. Coloca as mãos sobre a máquina, o som fica mais violento. Fica desesperado, passa as mãos pelo cabelo, fica descabelado, desalinhado. Faz injúrias, suplica de maneira que não é inteligível, tem um acesso de loucura.
Willian: Dizem que existe uma magia. Que o poeta fala com as musas e os deuses, mas vocês estão todos surdos. O poeta é apenas um homem. O poeta é nada e vocês uma fraude Inventada pelo homem.
Willian: - Eu peco só de olhar seu sorriso. Ele devora toda a minha lógica. (desdenha de seu próprio poema de amor)   Hahahaha!!!!!
Willian: O poeta não sabe amar, e quer escrever sobre o amor. O poeta é um mentiroso, eu minto então. Eu? Mas eu nem consigo escrever, meu Deus!
No canto surge uma luz, seu olhar é atraído, escuta a voz.
Willian Blake (voz): No tempo da semeadura, aprende; na colheita, ensina; no inverno, desfruta.



Ele ri e acha que está ficando louco, se levanta, gesticula muito com as mãos enquanto fala e a voz lhe responde.
Willian: Willian, agora você está escutando vozes. Vendo luzes. O que falta Willian? Quem é você? O que é você? (desdenha do espectro) - Deus você não é! Então?
Willian Blake (voz): Conduz teu carro e teu arado por sobre os ossos dos mortos. (as palavras saem como se fossem uma prece, uma ladainha)
Willian:  Senhor fantasminha. Com sua licença. (gesticula e fala de maneira irônica)
À medida que os dois personagens vão conversando a voz do espectro vai aumentando e se tornando cada vez mais ameaçadora. O barulho das teclas da máquina de escrever também vai aumentando, criando tensão.
Willian Blake (voz): A estrada do excesso leva ao palácio da sabedoria.
Willian: Hei seu moço! Cansei desta brincadeira. (ainda tentando brincar, mas mostrando sinais de medo)
Willian Blake (voz): A prudência é uma solteirona rica e feia, cortejada pela impotência.
Willian: Quem é você? Deus você não é! Então?
Silêncio apenas sua voz e a da luz.
Willian Blake (voz): Quem sou eu! Eu? Deus não é! Você quer tudo Willian, não quer?
Willian: Não sei do que o senhor fala.
Willian Blake (voz): Poesia Willian, há poesia. Não é isto o que você mais quer neste mundo? Você sabe quantas vezes você suplicou? E agora parece um menino! Afinal você quer ou não?
Willian: Não sei do que o senhor está falando, mas se por um acaso eu quiser?
Willian Blake (voz): Este é o Willian, sempre barganhando. Desde pequeno sempre o mesmo garoto. Você é um garoto Willian! Brinca de ser homem. Como você mesmo se refere. Mas é um garoto, franzino, fraco e assustado. Por que a Poesia Willian?  Por que você nos incomoda?
Ele tenta de novo escrever, mas não consegue. Pega o paletó e o chapéu e sai.
 Fim da primeira cena.



Cena 02
Ele chega ao bar e senta. O garçom lhe atende como se fossem velhos amigos, trocam algumas gentilezas e ele o serve um copo de cerveja.
Garçom: Quais são as novas Willian? (fica próximo secando um copo com um esfregão de pano, termina de secar, joga o pano no ombro e olhando para o copo pergunta)
Willian: A mesma coisa de sempre, você sabe. Nada novo. (meio cabisbaixo)
Garçom: E a literatura? já ficou rico?
Willian: Humm, literatura! (balança a cabeça em sinal negativo). Me traz outra cerveja, melhor, uma cachaça.
Garçom: Tenho uma azulzinha que é coisa fina. Já te trago, mas vou avisando é forte heim!? Vai com calma, se não ela te derruba.
Willian: Pode ser, qualquer coisa tá bom. Da onde estou não posso cair mais meu amigo.
Garçom: Já volto meu chapa! (vai se afastando)
A luz volta a persegui-lo. De início pensa que é o garçom, mas o garçom está distraído limpando outra mesa, a que fica mais longe do Willian. Ele percebe que é a mesma voz de antes, a luz vai surgindo no canto do palco fraca e à medida que ele toma consciência de sua presença ela vai ficando mais forte. Voltam a conversar.
Willian Blake (voz): Quais são as novas Willian?
Willian: Eu já lhe disse. (percebe que não é o garçom) Você de novo? O que você quer?
Willian Blake (voz): Willian, o que você quer? Sua máquina o espera. E você aqui nesta espelunca se escondendo! Bebendo feito um miserável qualquer! O que você quer?
Willian: Não lhe devo satisfações, me deixe em paz!
Willian Blake (voz): Quem deseja mas não age, gera a pestilência.
Willian: O que você sabe da minha vida? É apenas um espectro.
Willian Blake (voz): O verme partido perdoa ao arado.
Willian: Não me interessa os seus provérbios, eles não me dizem nada! (altera a voz)
Willian Blake (voz): Mergulha no rio quem gosta de água.
Willian: E o que está me dizendo? Que eu não gosto da poesia? Simples assim?
Willian Blake (voz): O tolo não vê a mesma árvore que o sábio.



Willian: É tolice, tudo que diz.  São apenas palavras esquecidas. A vida é feita de ação! (já se sente mais à vontade com a luz, aceita a companhia do espectro)
Willian Blake (voz):  Aquele, cujo rosto não se ilumina, jamais há de ser uma estrela.
Willian: Você sabe o quanto eu tentei, viu a quantidade de papel espalhada, o caos da minha casa. Você viu!?
Willian Blake (voz): A eternidade anda apaixonada pelas produções do tempo.
Willian: Eu não consigo nem terminar o que começo e você vêm me falar de eternidade. Você está zombando de mim. (coloca as mãos no rosto como se estivesse chorando)
Willian Blake (voz):  A abelha atarefada não tem tempo para tristezas.
Willian: Quem afinal de contas é você? E o que quer?
Willian Blake (voz): As horas de loucura são medidas pelo relógio; mas nenhum relógio mede as de sabedoria.
Willian: Diga-me, por favor! (implora)
Willian Blake (voz): Os alimentos sadios não são apanhados com armadilhas ou redes.
Willian: Você fala, fala, fala... mas não me diz quem é. Quem é você e o que você quer?
Willian Blake (voz): Torna do número, do peso e da medida em ano de escassez.
Willian: Você quer dizer que o meu problema é a técnica. Que tenho que ter mais técnica. É isto afinal, é disto que estamos falando? (ele começa a entender o que a voz quer dizer)
Willian Blake (voz): Nenhum pássaro se eleva muito, se, se eleva com as próprias asas.
Willian: Entendo, mas que tipo de asas eu tenho? Lembra de Dédalo? (faz menção à história de Dédalo)
Willian Blake (voz): Um cadáver não vinga as injúrias.
Willian: E se forem de cera, quem garante?
Willian Blake (voz): O ato mais sublime é colocar outro diante de ti.
Willian: Mestre e se eu te seguir!? (está entre o entusiasmo e o receio)
Willian Blake (voz): Se o louco persistisse em sua loucura, acabaria se tornando sábio.
Willian: Tenho medo de estar ficando apenas louco. (Willian se levanta) Estou falando com uma luz.
Willian Blake (Voz): A loucura é o manto da velhacaria.



Willian: E se for apenas loucura???????????
Willian Blake (voz): O manto do orgulho é a vergonha.
Willian: Mestre! Vamos para casa.
Fim da segunda cena.



Cena 03
Ele chega bêbado junto com a luz, continuam a conversa, explode de raiva, para, pensa, reavalia, conversa.
Willian: Tudo está certo, mas tudo está errado. Eu não entendo mestre, e ao mesmo tempo está tão próxima a sua palavra.
Willian Blake (voz): As prisões se constroem com as pedras da lei, os bordéis, com os tijolos da religião. (à medida que ele vai falando vai aumentando o tom e a rapidez como fala, como se fosse explodir)
Willian Blake (voz): O orgulho do pavão é a glória de Deus.
Willian Blake (voz): A luxúria do bode é a glória de Deus.
Willian Blake (voz): A fúria do leão é a sabedoria de Deus.
Willian Blake (voz): A nudez da mulher é a Obra de Deus.
Willian Blake (voz): O excesso de tristeza ri; o excesso de alegria chora.
Willian Blake (voz): O rugir de leões, o uivar dos lobos, o furor do mar tempestuoso e a espada destruidora são fragmentos de eternidade grandes demais para os olhos humanos.
Enquanto Willian o escuta e começa a rodopiar como louco, mais rápido, mais rápido, cai extasiado e grita.
Willian: Chega!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! (grita)
Willian Blake (voz): A raposa condena a armadilha, não a si próprio. (volta a falar como uma ladainha)
Willian: Você me acusa maldito! Quem diabos és?
Willian Blake (voz): Os júbilos fecundam. As tristezas geram. Eu sou Willian Blake a seu dispor.
Willian: Willian Blake! Você?
Willian Blake (voz): Que o homem use a pele do leão; a mulher a lã da ovelha.
Willian Blake (voz): O pássaro, um ninho; a aranha, uma teia; o homem, a amizade.
Willian: Por que vieste me ajudar?
Willian Blake (voz): O sorridente tolo egoísta e o melancólico tolo carrancudo serão ambos julgados sábios para que sejam flagelos.



Willian: E este, sempre não foi o nosso pagamento? O pagamento esperado.
Willian Blake (voz): O que hoje se prova, outrora era apenas imaginado.
Willian: Na verdade é você que quer se ajudar!
Willian Blake (voz): A ratazana, o camundongo, a raposa, o coelho olham as raízes; o leão, o tigre, o cavalo, o elefante olham os frutos. / Quem você pensa que é para falar comigo assim?
Willian: Eu! Eu sou o poeta vivo!
Willian Blake (voz): Não te esquece / A cisterna contém; a fonte derrama.
Willian: Quem é a cisterna e quem é a fonte meu amigo?
Willian Blake (voz): Um só pensamento preenche a imensidão.
Willian: Eu! Eu sou o poeta vivo!
Willian Blake (voz): Dizei sempre o que pensas, e o homem torpe te evitará.
Willian: Eu! Eu sou o poeta vivo!
Willian Blake (voz): Tudo que se pode acreditar já é uma imagem da verdade.
Willian: Eu! Eu sou o poeta vivo!
Willian Blake (voz): A águia nunca perdeu tanto o seu tempo como quando resolveu aprender com a gralha.
Willian: Você está morto! Morto!
Willian Blake (voz): A raposa provê para si, mas Deus provê para o leão.
Willian: Não te escuto mais. Você é um fantasma, você não existe! (tapando os ouvidos)
Willian Blake (voz): De manhã, pensa; ao meio-dia, age; no entardecer, come; de noite, dorme.
Willian: Você pensa que me conhece, mas não. Eu posso escrever. Eu vou escrever!
Willian Blake (voz): Quem permitiu que dele te aproveitasses, esse te conhece.
Willian: Você acha que eu vou acreditar que você sabe o que eu penso? Que prevê minhas palavras? Acha?
Willian Blake (voz): Assim como o arado vai atrás de palavras, assim Deus recompensa orações.



Willian: Por que você diz isso? (baixa a guarda e se retrai)
Willian Blake (voz): Os tigres da ira são mais sábios que os cavalos da educação.
Willian: Você estava me testando o tempo todo.
Willian Blake (voz): Da água estagnada espera veneno.
Willian: Não tenho medo do mergulho.
Willian Blake (voz): Nunca se sabe o que é suficiente até que se saiba o que é mais que suficiente.
Willian: Basta!
Willian Blake (voz): Ouve a reprovação do tolo! É um elogio soberano!
Willian Blake (voz): Os olhos, de fogo; as narinas, de ar; a boca, de água; a barba, de terra.
Willian Blake (voz): O fraco na coragem é o forte na esperteza.
Willian Blake (voz): A macieira jamais pergunta à faia como crescer; nem o leão ao cavalo, como apanhar sua presa.
Willian: Eu conheço este ofício; e que minha sorte seja a destreza!
Willian Blake (voz): Ao receber, o solo grato produz abundante colheita.
Willian: A poesia em meu coração sempre será eleita.
Willian Blake (voz): Se os outros não fossem tolos, nós teríamos que ser.
Willian: Não temo o ridículo nem o desprezo.
Willian Blake (voz): A essência do doce prazer jamais pode ser maculada.
Willian: Tenho na alma esta sentença.
Willian Blake (voz): Ao veres uma águia, vês uma parcela da genialidade. Levanta a cabeça.
Willian: Meus olhos mergulham no horizonte das tuas palavras.
Willian Blake (voz): Assim como a lagarta escolhe as mais belas folhas para deitar seus ovos, assim o sacerdote lança sua maldição sobre as alegrias mais belas.
Willian: Não creio em nenhum ídolo.



Willian Blake (voz):  Criar uma florzinha é o labor de séculos.
Willian: A poesia tem seus mistérios.
 Willian Blake (voz): A maldição aperta. A benção afrouxa.
Willian: Que eu queime, então.
Willian Blake (voz): O melhor vinho é o mais velho; a melhor água, a mais nova.
Willian: Somos irmãos!
Willian senta e tenta escrever, entende o que o estava bloqueando. Fica feliz, agradecido, quanto mais feliz ele fica a luz vai sumindo, ele entende que tudo que ele precisa para escrever já tem dentro dele.
Willian Blake (voz): Orações não aram! Louvores não colhem! Júbilos não riem! Tristezas não choram!
Willian: Mas o homem sim!
Willian Blake (voz): A cabeça, o sublime; o coração, o sentimento; os genitais, a beleza; as mãos e os pés, a proporção.
Willian: Humanidade!
Willian Blake (voz): Como o ar para o pássaro ou o mar para o peixe, assim é o desprezo para o desprezível.
Willian Blake (voz): A gralha gostaria que tudo fosse preto; a coruja, que tudo fosse branco.
Willian Blake (voz): A exuberância é a Beleza.
Willian: A poesia é a Beleza.
Willian Blake (voz): Se o leão fosse aconselhado pela raposa, seria ardiloso.
Willian: Meu irmão.
Willian Blake (voz): O progresso constrói estradas retas; mas as estradas tortuosas, sem o progresso, são estradas da genialidade.
Willian: Esta noite fui seu aluno, você me ensinou.
Willian Blake (voz): Melhor matar uma criança no berço do que acalentar desejos insatisfeitos.
Willian: Esta luz que eu vi e esta voz é minha.
Willian Blake (voz): Onde o homem não está a natureza é estéril.
Willian: A resposta está sempre em nossa própria essência.
Willian Blake (voz): A verdade nunca pode ser dita de modo a ser compreendida sem ser acreditada.
Willian: Somos apenas um.
Willian Blake (voz): É suficiente! Ou basta.
Fim da terceira cena.


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