UMA QUESTÃO DE OPINIÃO
O casal casou e para a
desgraça dos mesmos, foram morar na casa da mãe da esposa. Ela tinha usado a
velha desculpa “Amor, morando na casa da mãe, podemos juntar dinheiro para comprar
nosso apartamento”.
Rodolpho já
estava pressentindo a merda que seria, em seu intimo ele sabia que a velha não
valia nada, era uma manipuladora das melhores. Uma verdadeira cretina que vivia
se passando de boa samaritana. “A vítima” como ele gostava de ironizar, quando
se referia a sogra. O sogro também não era grande merda. O velho, um capacho
que só servia para a mulher limpar os sapatos e escorraçar. Mas o velho até
gostava da situação de capacho, porque enquanto a velha tinha seus chiliques,
ele podia ficar coçando o saco, como bom vagabundo e olhando televisão. Foi neste
entusiasmo de alma que o rapaz aceitou a proposta da garota.
Aquele casamento não tinha a
menor chance de dar certo, e o tempo ia provar.
Já na primeira semana a velha
começou a se meter em tudo, sempre dando conselhos furados, tudo que o casal
pretendia a sogra era contra e ainda sempre mostrava uma outra maneira de se
resolver as coisas. Uma maneira que nunca seria correta aos olhos de uma pessoa
decente. Esse era o defeito do rapaz “decência e honestidade”, palavras que
para aquela família não significavam nada. Para eles as únicas palavras que
interessavam eram “dinheiro e aparências”. O choque cultural veio de todos os lados e em
todos os sentidos.
A sogra enaltecia o marido de
uma prima que era famoso por ser um grande estelionatário.
- O marido da Carmem é um
grande homem, - ela disse – que homem bondoso nos convidou para passar o fim de
semana em sua casa na praia.
- Vamos meu amor? A esposa do Rodolpho disse
para ele.
- Prefiro ficar em casa amor. Ele
respondeu para ela.
- Porque você não quer ir?
- Não vou com a cara do marido
da sua prima.
- Mas o que o coitado lhe fez?
- A mim nada, apenas não
simpatizo. Ele disse, tentando ser gentil, omitindo todo o discurso que estava
gritando em sua cabeça.
A sogra ainda dizia que o
importante era ter bons relacionamentos, com boas pessoas. Deu como exemplo um outro
parente. Muito simpático, mas que tinha passado um tempo preso por trafico de
drogas, mas que agora apenas vendia peças de carros roubados e aplicava golpes
em seguradoras. Um sujeito muito correto. Em sua concepção do que seria um
sujeito correto. Ele tinha uma bela casa e um carro zero na garagem, nada nem mais
e nem menos, um ser corretíssimo.
Com o tempo as coisas só iam
piorando, ainda não tinham nem fechado os primeiros seis meses de casado. A esposa
do rapaz veio contar o drama da mãe.
- Você sabia que o papai não
funciona mais? Ela disse.
- Como assim? Ele disse.
- Ontem a mãe falou que eles
não transam mais, ela tá que tá.
- Imagino.
Aquela história para ele não
teve importância, já que ele estava mantendo uma boa média, sempre dava uma
comidinha na esposa antes de ir trabalhar e depois antes de ir dormir. Uma lua
de mel eterna que a filha compartilhava nos mínimos detalhes com a mãe. Que olhava
tudo com certo ressentimento, já que o marido não a comia mais.
Logo a sogra começou a
envenenar a filha, dizendo que o marido estava sempre trabalhando e que ficava
pouco tempo em casa. Em parte, ela tinha razão o rapaz já não suportava mais
ter que conviver com o sogro e a sogra e ficar escutando toda aquela barbaria
que eles consideravam corretas.
Numa das muitas crises financeiras,
a mãe convenceu a filha a fazer um pequeno roubo. A justificativa é que
precisavam dar um presente para uma parente.
Quando a filha apareceu com o
furto, bem na hora do café da tarde, em que estavam recebendo um parente, a
velha deu uma bela olhada e disse:
- Não tinha algo melhor para
comprar, isso é tão pobre! Como posso levar isso de presente? Você só me faz
passar vergonha! Ela disse, enchendo os olhos de lágrimas a coitada.
Ela falou para filha e seu
marido também a apoio e escorraçou a filha.
- Viu o que tu fazes com a tua
mãe! Você não tem coração mesmo! Egoísta! Ele disse, impondo sua posição de pai
de respeito.
O parente ficou apenas olhando
a cena, sem dizer nada. Depois fizeram tudo parecer como uma piada. O rapaz
apenas observou toda a cena, sem saber os fatos reais. Apenas a noite a esposa
confessou que tinha roubado porque a mãe estava com vergonha de ir no
aniversario de mãos abanando.
- E a tua mãe sabe que aquilo
era roubo? Ele disse.
- Claro, foi sugestão dela. Só
não consegui pegar o que ela queria, porque não cabia embaixo do casacão. Ela disse.
- Já falei para tu parar com
essa mania, - ele disse – achei que você tinha parado.
- Eu tinha, mas a mãe
precisava levar algum presente.
- Assim não vai dar! Pra que
isso mulher?
- Imagina chegar na festa sem
um presente, o que os parentes vão falar, você sabe que eles são um bando de
fofoqueiros.
- Entre outras coisas, entre
outras coisas...ele disse.
Rodolpho foi categórico, se
ela roubasse de novo o casamento acabava. A cada novidade que ele descobria, aquela
família parecia ser uma desgraça maior do que ele podia imaginar em seus piores
pesadelos.
A velha continuo fazendo novas
confidencias para a filha.
- Seu pai não sai do
computador! Ele fica só olhando putaria na internet! Esses vídeos de canal pornô!
A garota contou tudo para o
rapaz, e ele concluiu:
- Tua mãe está precisando de
um pau enfiado na xota e o teu pai não passa de um punheteiro depravado.
Mais alguns meses se passaram,
já estavam a quase um ano casados. Então a sogra voltou a atacar agora
infernizando mais a vida do rapaz. Colocando na cabeça da moça que o marido
tinha que fazer um teste para ver se não tinha AIDS. Logo ele que tinha casado
virgem e continuava apensa transando com a própria esposa. Não tinha nem tempo
para pensar em outras mulheres, sua vida era da casa para o trabalho e do
trabalho para a faculdade, para depois retornar a casa.
Ele fez o teste e deu
negativo. Mas não foi o suficiente a sogra continuou envenenando a filha a
respeito de outras mulheres. Até que a filha conseguiu um amante. E quando o
rapaz chegava em casa ela já não estava mais com tanta disposição para o sexo
com o marido.
- Você só pensa em sexo, - ela
disse – parece até um depravado.
- Eu depravado! Depravado é
tua mãe que só pensa em sexo e não tem com quem fazer, e o teu pai que só sabe
bater punheta olhando vídeo de putaria.
Com as boas ideias da velha
fluindo cada vez mais, e o consentimento do velho a filha foi sendo cada vez
mais envenenada. Antes mesmo de fechar um ano, veio a surpresa.
O casal de jovens estava se
separando para o horror da mãe e do pai da garota. Que juram até hoje que nunca
tiveram nada a ver com o assunto. Mas que toda a culpa é do Rodolpho.
Röhrig C.
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